Besouro Azul

Besouro Azul é clichê e simplório, mas dupla de protagonistas garante alguma diversão

Besouro Azul

Besouro Azul é mais um dos filmes da DC Comics a serem lançados em uma espécie de “limbo” em termos de projetos e planos para o futuro. Ainda que se baste e não tenha relação direta alguma com o “universo cinematográfico DC”, há sérias dúvidas com relação a possíveis sequências.

O filme em si não é ruim, mas pouco acrescenta à cinematografia do estúdio. Repleta de clichês, a produção tropeça em um roteiro genérico, na caricaturização excessiva do povo latino, além de contrapor um herói contra um vilão cuja motivação parece nula. De positivo, as boas atuações de Xolo Maridueña (Cobra Kai) e Bruna Marquezine (Vou Nadar Até Você).

Besouro Azul e a repetição do filme de origem

Dirigido por Angel Manuel Soto (Menudo: Sempre Jovens), e escrito por Gareth Dunnet-Alcocer (Miss Bala), Besouro Azul parece seguir à risca uma cartilha de como se fazer um filme de apresentação de um herói, sem inovar em absolutamente nada.

Besouro Azul

Assim, aqui temos Jaime Reyes (Xolo Maridueña), um jovem desempregado que, da noite para o dia, se vê transformado em um super-herói a partir de um misterioso escaravelho. Esse objeto é propriedade das empresas Kord, megacorporação mantida por Victoria Kord (Susan Sarandon).

Ela planeja utilizá-lo para criar um exército de soldados poderosos, mas esbarra em Jenny Kord (Bruna Marquezine), uma jovem que está disposta a lutar por aquilo que é certo, ainda que isso signifique colocar a própria vida em risco. A partir dessa premissa, temos o desenvolvimento do herói, passando pelas fases de negação, aprendizado e redenção.

Representatividade vs. inovação: e tome mais clichê

Mais do que um roteiro previsível e repetindo todos os clichês possíveis em termos de arcos, temos ainda a representação da comunidade latina da forma mais caricata possível. Se de um lado é válida a homenagem e a inclusão, por outro se torna incômodo ver personagens gritando sem necessidade em meio a um clima de comercial de margarina, com aquela família “perfeita” e amorosa.

Besouro Azul

A homenagem e representatividade, nesse caso, perde a força e o núcleo latino como um todo se torna cansativo. De bom apenas uma e outra tirada cômica de personagens como Milagro Reyes (Belissa Escobedo), Rudy Reyes (George Lopez) e Nana Reyes (Adriana Barraza).

As sequências de ação, ainda que construídas com bons efeitos, também não empolgam. A batalha final, aliás, oferece ainda um anticlímax inexplicável em razão de uma reflexão do vilão Carapax (Raoul Max Trujillo) que se mostra bastante deslocada e mal executada.

E não há nada de bom?

Há sim. O melhor de Besouro Azul são as boas atuações de Xolo Maridueña e Bruna Marquezine. O primeiro se esforça para compor um personagem minimamente interessante e com certa carga dramática em algumas poucas cenas. Graças a ele, se torna um pouco mais divertido acompanhar a transformação do Besouro Azul.

Besouro Azul

Já a brasileira Bruna Marquezine é uma grata surpresa. Com inglês impecável – que deve abrir portas para outras produções internacionais – ela imprime uma personalidade valente e, ao mesmo tempo, romântica à sua personagem, e se destaca com uma atuação diferenciada.

É curioso notar que Bruna é, muitas vezes, um contraponto à veterana Susan Sarandon (Adoráveis Mulheres), o que poderia fazer com que ela ficasse em segundo plano. No entanto, o que vemos é o oposto: Sarandon não se esforça nenhum pouco em seu trabalho e executa o papel no “piloto-automático”, praticamente sem nenhuma emoção.

Apenas mais um filme de super-herói

Besouro Azul é um filme-pipoca com poucos atrativos. Sabe aquela história da reunião que poderia ter sido um e-mail? Pois bem, aqui vejo que a produção poderia muito bem ficar restrita aos serviços de streaming – como estava nos planos inicialmente.

Contudo, dado o histórico recente da DC nos cinemas, a produção não foge muito do nível a que estamos acostumados. Falta algum elemento para transformar Besouro Azul em algo que não seja tão genérico. Talvez, a culpa não seja nem do roteiro, pode ser até do personagem mesmo. Porém, o fato é que o filme é apenas um feijão-com-arroz sem muitos atrativos.

Nota 7.

Sinopse

O adolescente Jaime Reyes ganha superpoderes quando um misterioso escaravelho se prende à sua coluna e lhe fornece uma poderosa armadura alienígena azul.

Ficha Técnica

  • Título original: Blue Beetle.
  • Origem/Ano: Estados Unidos, México/2023.
  • Direção: Angel Manuel Soto.
  • Roteiro: Gareth Dunnet-Alcocer.
  • Produção: John Rickard e Peter Safran.
  • Fotografia: Pawel Pogorzelski.
  • Montagem: Craig Alpert.
  • Música: The Haxan Cloak.
  • Elenco principal: Xolo Maridueña (Jaime Reyes / Blue Beetle), Bruna Marquezine (Jenny Kord), George Lopez (Uncle Rudy Reyes), Susan Sarandon (Victoria Kord), Raoul Max Trujillo (Conrad Carapax / Carapax the Indestructible Man), Elpidia Carrillo (Rocio Reyes) e Damián Alcázar (Alberto Reyes).

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Curiosidades

Besouro Azul estreou globalmente nos cinemas em 18 de agosto de 2023.

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