Moonfall: Ameaça Lunar

Moonfall: Ameaça Lunar leva uma ideia absurda ao limite e até diverte, mas se perde em diversos momentos

Moonfall: Ameaça Lunar

Pense na mais absurda das teorias que você já tenha lido sobre a Lua. Moonfall: Ameaça Lunar junta todas elas, amplifica e dá vida para uma obra de ficção cujo roteiro é rompe barreira atrás de barreira em busca de surpreender o espectador. Tudo isso escorado por efeitos especiais de alto nível e atuações nem tão convincentes assim.

A produção dirigida por Roland Emmerich é mais uma das muitas tentativas do diretor alemão de destruir a Terra com seus filmes-catástrofe. Afinal, no currículo dele há títulos como Independence Day, Godzilla, O Dia Depois de Amanhã e 2012. Aqui, é a Lua quem sofre nas mãos dele e o resultado é uma produção curiosa, para dizer o mínimo.

A Lua ameaça cair na Terra

Em Moonfall: Ameaça Lunar, eventos misteriosos fazem com que a trajetória da Lua se altere e ela se aproxime mais da Terra. Com a rotação diferenciada, é questão de tempo até que o satélite cai no planeta e destrua a humanidade. Correndo contra o tempo, a NASA tem a solução: mandar uma missão para lá para destruir o inimigo lunar que está provocando o caos.

Moonfall: Ameaça Lunar

Colocando de forma simples, essa é a premissa do filme. Entretanto, ao longo da trama, novas teorias do que pode estar acontecendo surgem, muitas delas provenientes de “lunáticos”, com perdão do trocadilho, sem embasamento algum sobre o que estão dizendo. É a antítese da ciência em sua manifestação mais pura e grotesca.

Roland Emmerich é um diretor experiente em produções do gênero. Entretanto, todas as obras dirigidas por ele têm uma estrutura em comum, que se repete aqui. O problema, em geral, é improvável e sua solução é remota. Alguns poucos abnegados se submetem a sacrificar a vida pela humanidade, mas no meio do caminho meio mundo é sempre destruído.

Linearidade, efeitos especiais e uma surpresa

A opção do diretor é contar a história de uma forma linear, dando um senso de urgência aos fatos. Tudo se desenrola em questão de poucos dias e, uma vez que entramos nas sequências de ação, o ritmo é frenético e quase não há pausas. Entretanto, pelo menos três bons elementos sustentam essa viagem ensandecida: ótimos efeitos especiais, boas atuações e personagens com os quais nos importamos.

Moonfall: Ameaça Lunar

A construção de um ambiente familiar fragmentado como perspectiva não é nada original. Aqui, ela se repete na relação entre Brian Harper (Patrick Wilson) e seu filho Sonny Harper (Charlie Plummer). Ambos têm vidas confusas, fruto de decisões impulsivas, e precisam deixar as diferenças de lado em prol da sobrevivência. Halle Berry, apesar de ter uma atuação segura, parece contida em muitos momentos, especialmente quando sob perigo.

Merece destaque a atuação de John Bradley (KC Houseman). Ele funciona como uma espécie de contraponto, sendo responsável tanto pelos toques de humor quanto pela seriedade que impõe ao fazer cálculos matemáticos mais rápido até mesmo do que computadores. Como um representante dos “lunáticos”, ele tem a oportunidade única de colocar à prova suas teorias e confrontá-las, o que por si só já garante uma boa diversão.

Moonfall: um desfile de bons efeitos especiais

Não são apenas as sequências de destruição que impressionam. Nesse caso, há muitos elementos que já vimos em filmes anteriores do próprio diretor. Porém, especialmente a sequência do lançamento do foguete e a aproximação da Lua na Terra são momentos-chave que se tornam mais críveis graças à fidelidade daquilo que se vê.

Moonfall: Ameaça Lunar

Ainda, vale destacar a sequência de alunissagem, quando o foguete finalmente chega ao destino no qual se dará o confronto final. A inventividade e a magnitude transmitida impressionam na tela grande do cinema, e contribuem para dar um toque de diversão e entretenimento a uma trama que, especialmente no final, se perde em meio a teorias ainda mais absurdas.

Longo e com altos e baixos, Moonfall: Ameaça Lunar é uma produção que diverte e entrega entretenimento, sem sombra de dúvidas. Entretanto, faz isso às custas de uma trama sem muita inovação e cuja condução segue por caminhos óbvios. De surpresa resta mesmo o desfecho que, ainda que não seja de todo imprevisível, é curioso a ponto de causar impacto no espectador.

Mas falta algo a mais. Com um orçamento na casa dos US$ 140 milhões, presumo que a produção não tenha força suficiente para garantir uma bilheteria que se justifique. Não é um filme com potencial de se sustentar nos cinemas por muito tempo, mas pode ter um destino mais atrativo diretamente em streaming.

Nota 6.

Sinopse

Uma força misteriosa puxa a Lua para fora de sua órbita ao redor da Terra e a envia em rota de colisão com a vida tal como a conhecemos.

Ficha Técnica

  • Título original: Moonfall.
  • Origem/Ano: Estados Unidos, China, Reino Unido, Canadá, 2022.
  • Direção: Roland Emmerich.
  • Roteiro: Roland Emmerich, Harald Kloser e Spenser Cohen.
  • Produção: Roland Emmerich e Harald Kloser.
  • Fotografia: Robby Baumgartner.
  • Montagem: Ryan Stevens Harris e Adam Wolfe.
  • Música: Harald Kloser e Thomas Wanker.
  • Elenco principal: Halle Berry (Jocinda Fowler), Patrick Wilson (Brian Harper), John Bradley (KC Houseman), Charlie Plummer (Sonny Harper), Kelly Yu (Michelle), Michael Peña (Tom Lopez), Carolina Bartczak (Brenda Lopez), Zayn Maloney (Jimmy – 10 Years Old), Ava Weiss (Nikki Lopez – 9 Years Old) e Hazel Nugent (Lauren Lopez – 12 Years Old).

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Curiosidades

Moonfall: Ameaça Lunar estreou globalmente nos cinemas em 3 de fevereiro de 2022.

O orçamento de Moonfall: Ameaça Lunar foi de US$ 140 milhões e o filme arrecadou pouco mais de US$ 67 milhões nas bilheterias em todo o mundo.

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