Indiana Jones e a Relíquia do Destino

Indiana Jones e a Relíquia do Destino é aventura digna para despedida de Harrison Ford

Indiana Jones e a Relíquia do Destino

Indiana Jones e a Relíquia do Destino é, provavelmente, o capítulo final da saga estrelada por Harrison Ford. Criado nos anos 80 por George Lucas e Steven Spielberg, o personagem se tornou sinônimo de aventura, atravessou gerações e se tornou um dos principais ícones do cinema.

Assim, nada mais digno do que dar ao personagem e seu intérprete uma despedida digna do tamanho do seu impacto cultural. Com um orçamento de aproximadamente US$ 300 milhões, o que faz dele um dos filmes mais caros já produzidos, o quinto capítulo da saga entrega muita ação, diversão e um roteiro caprichado.

Indiana Jones e a luta contra o envelhecimento

O arqueólogo Indiana Jones (Harrison Ford) está prestes a se aposentar e os dias de aventura ficaram no passado. Porém, quando ele recebe Helena (Phoebe Waller-Bridge) a filha de um amigo, que está em busca da Relíquia do Destino, ele se vê envolvido em meio a uma caçada pelo tesouro e é forçado a entrar em ação para encontrar o artefato roubado antes que ele caia nas mãos do nazista Dr. Voller (Mads Mikkelsen).

Indiana Jones e a Relíquia do Destino

Dirigido por James Mangold (Ford vs. Ferrari), o filme aposta em cenas de ação de tirar o fôlego do começo ao fim. Além disso, utilizando computação gráfica, a produção remoça Harrison Ford para colocá-lo em uma aventura a bordo de um trem no passado, como forma de contextualização da trama. O nível de qualidade dos traços no rosto de Ford impressiona; de fato temos um Harrison Ford mais jovem atuando.

Ao construir uma trama, com visual e estrutura que lembram muito os filmes dos anos 80, Mangold acerta precisamente na nostalgia e na preservação da essência das aventuras do personagem. Por outro lado, ao construir cenas de ação com cortes rápidos e repletos de CGI, abraça um estilo moderno de cinematografia, unindo o melhor de dois mundos para todas as idades.

Humanidade de Indy ainda é um diferencial

Em Indiana Jones e a Relíquia do Destino, Mangold preserva uma das características mais marcantes do personagem: a sua humanidade. Quando diante de nazistas, ele não pensa duas vezes em “salvar o mundo” e impedir que artefatos importantes caiam nas mãos erradas. E mais: há um senso de “se importar com o próximo”, ainda que o próximo seja alguém que está prestes a traí-lo.

Indiana Jones e a Relíquia do Destino

Indiana Jones é um herói que não pediu para ser um herói. Ele tem medos, é falível, conta com a sorte e, mesmo com limitações pela idade, permanece com a mente aguçada. Trata-se de um personagem multidimensional e rico em sua essência, e não é à toa seu sucesso: as possibilidades de explorá-lo em tela parecem ser inesgotáveis e o carisma dele em cena contribui muito para isso.

Phoebe Waller-Bridge (Fleabag) é outro nome digno de menção. Seu personagem, Helena, é o centro da trama e sua personalidade forte e sagacidade são elementos que tornam a jornada não só possível como imprevisível, dado o fato que ela parece ser a antítese de Indiana Jones, pensando apenas em si mesmo e em formas de obter lucro.

Mads Mikkelsen (Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore), especialista em construir vilões, também brilha. Seu jeito impassível, aparentemente controlado, resulta em um vilão que não parece transparecer ódio, mas que intimida com um olhar e à menor menção de suas obsessões.

Indiana Jones e a Relíquia do Destino

Indiana Jones e a Relíquia do Destino é um desfecho digno

Diferentemente de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, certamente o pior filme de toda a série, Indiana Jones e a Relíquia do Destino é um presente não apenas para os fãs das produções dos anos 80, mas também para os jovens que pela primeira vez estão tendo algum contato com a franquia.

É, antes de tudo, um ótimo filme de aventura, que diverte na medida certa e impressiona em suas cenas de ação. Indiana Jones não precisa ficar no passado para ser parte da história, ele é a história no presente, e a sequência final é simbólica em relação isso. E mesmo que tenha chegado a hora de ele pendurar o chapéu, quem sabe novas aventuras não surjam no horizonte.

Obrigado, Indy.

Nota 8.

Sinopse

Em 1969, o arqueólogo e aventureiro americano Indiana Jones vive no cenário da Corrida Espacial. Jones está preocupado com o fato de o governo dos Estados Unidos ter recrutado ex-nazistas para ajudar a vencer a União Soviética na competição para chegar ao espaço.

Sua afilhada, Helena, o acompanha em sua jornada. Enquanto isso, Jürgen Voller, um membro da NASA e ex-nazista envolvido com o programa de pouso na lua, deseja tornar o mundo um lugar melhor como ele achar melhor.

Ficha Técnica

  • Título original: Indiana Jones and the Dial of Destiny.
  • Origem/Ano: Estados Unidos/2023.
  • Direção: James Mangold.
  • Roteiro: Jezz Butterworth, John-Henry Butterworth, David Koepp e James Mangold, baseado em personagens de George Lucas e Philip Kaufman.
  • Produção: Simon Emanuel, Kathleen Kennedy e Frank Marshall.
  • Fotografia: Phedon Papamichael.
  • Montagem: Andrew Buckland, Michael McCusker e Dirk Westervelt.
  • Música: John Williams.
  • Elenco principal: Harrison Ford (Indiana Jones), Boyd Holbrook (Klaber), Mads Mikkelsen (Jürgen Voller), Antonio Banderas (Renaldo), Phoebe Waller-Bridge (Helena), John Rhys-Davies (Sallah), Toby Jones (Basil) e Thomas Kretschmann (Colonel Weber).

Curiosidades

Indiana Jones e a Relíquia do Destino estreia no Festival de Cannes, na França, em 18 de maio de 2023. No Brasil, estreia nos cinemas em 30 de junho de 2023.

Quinto filme da série. Os demais foram Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida (1981), Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984), Indiana Jones e a Última Cruzada (1989) e Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (2008).

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